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O evento aconteceu entre os dias 28 e 30 de agosto, presencialmente na cidade de Recife (Mar Hotel), em Pernambuco, e em plataforma digital exclusiva, trazendo como o tema central ‘Água e nosso futuro”. Todas as discussões ficarão disponíveis por 30 dias para os inscritos.
O penúltimo painel do 21º Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – Silubesa trouxe um debate sobre tecnologia e os rumos da gestão do Tratamento de Esgoto. O evento é uma realização da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em parceria com a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH) e a Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental (APESB). Esta edição, que teve como tema central “Água e nosso futuro”, aconteceu entre os dias 28 e 30 de agosto, presencialmente na cidade de Recife (Mar Hotel), em Pernambuco, e em plataforma digital exclusiva.
O conteúdo ficará disponível por 30 dias para os inscritos. Confira o álbum de fotos.
A importância do tratamento de esgoto no cenário contemporâneo e no âmbito do marco regulatório do saneamento transcende as barreiras do simples manejo de resíduos, posicionando-se como um pilar essencial para a saúde pública, a preservação ambiental e a sustentabilidade urbana. No cerne da inovação, tecnologias convencionais e emergentes vêm sendo utilizadas em novas estações de tratamento de esgoto (ETE). A adoção de software e sistemas de automação desempenha um papel fundamental na otimização das operações e tomada de decisões baseada em dados.
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A discussão foi moderada por André Bezerra, secretário-adjunto da Câmara Temática de Tratamento de Esgotos da ABES e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Integraram o painel como palestrantes: Rodrigo de Freitas Bueno, professor adjunto da Universidade Federal do ABC (UFABC); Luciano Matos Queiroz, professor associado da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Bárbara Zanicotti Leite, pesquisadora na Gerência de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar); e António Albuquerque, professor associado da Universidade da Beira Interior e Apesb – Portugal.
Rodrigo Breno dissertou acerca de novas tecnologias e possibilidades para o tratamento de esgoto e apresentou um case sobre remoção biológica do fósforo com fluxo lateral na ETE Itatinga, em São Sebastião/SP.
A abordagem de Luciano Bueno focou em técnicas de potenciais impactos ambientais, como por exemplo, a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), que pode auxiliar para encontrar pontos críticos no sistema de tratamento de esgoto.
A palestrante Bárbara Zanicotti apresentou o mapa estratégico da Sanepar, que atende 345 municípios e possui 3 aterros sanitários no estado Paraná, segundo ela. A gerente discorreu sobre os programas de Inovação que estão sendo trabalhados: PPPSA Fundação Araucária e Sanepar Startups (Finep, Sebrae e Itaipu).
Por sua vez, o professor António Albuquerque falou sobre tecnologias e soluções baseadas na natureza para tratamento de esgoto e reutilização de águas residuais em comunidades de pequena dimensão. O especialista explicou que algumas das tecnologias que são utilizadas nessas comunidades são fossa séptica, poço de infiltração e com soluções a base natural, como lagoas de estabilização, leitos de macrófitas. Para o futuro, citou gestão integrada, investimento em infraestrutura, programas de educação e capacitação, entre outros.
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Ao final, o moderador André Bezerra destacou “a grandeza do Silubesa e das mesas redondas, trazendo, além do tema principal do evento, a água, várias outras importantes estratégias tecnológicas de gestão que vão ajudar, certamente, o setor do saneamento e da engenharia sanitária e ambiental no presente e no futuro”.
“Fiquei muito feliz de ver estudantes, pesquisadores do Brasil e de Portugal nessa jornada com excelentes trabalhos, com muito conhecimento sendo transmitido e com uma organização extremamente boa de todo o time da ABES”, frisou Andre´Bezerra. Ele aproveitou para convidar a todos para próximo Congresso da ABES, que acontecerá em Brasília, em maio de 2025.
“O Brasil, pela primeira vez, detectou, de fato, a existência de uma área árida – não mais semiárida – no nosso Nordeste. Então, o tema merece toda a nossa atenção. E, obviamente, é um tema transversal”, ressaltou o palestrante Luciano Queiroz. “A água guarda relação com todas as outras componentes do saneamento básico e, obviamente, é influenciada e influencia uma série de variáveis importantes nos outros compartimentos ambientais”.
Sobre a relação fraternal da ABES com Portugal, disse que é uma troca de experiências riquíssima e que há muito que aprender e ensinar. “Nosso país é grande, um país assimétrico. Portugal tem particularidades e peculiaridades muito interessantes no campo da gestão dos componentes do saneamento básico. Nós, por outro lado, temos a diversidade de climas, solos, territórios, o que propicia o desenvolvimento de tecnologias apropriadas. E esse intercâmbio, portanto, eu acho que é um modelo ganha-ganha. Muito obrigado”, ponderou Luciano Queiroz.
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