Por Cristiane Pinto
O 6º Seminário Nacional Gestão de Perdas de Água e Eficiência Energética começa nesta terça-feira, dia 15 de outubro, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento reunirá especialistas de diversas áreas do saneamento do Brasil para compartilhar conhecimento e experiências práticas para o enfrentamento das perdas de água e a busca de eficiência energética nos sistemas de abastecimento (veja aqui a programação).
O engenheiro civil Jairo Tardelli Filho, que i integra a Câmara Temática de Gestão de Perdas de Água e Eficiência Energética da ABES, será um dos palestrantes do evento. Ele participará do Painel 4 – Perdas Reais.
Leia, a seguir, entrevista que fizemos com o especialista em perdas reais.
ABES Notícias – Qual a importância do evento e como a discussão sobre o tema desta edição, “A Gestão de Perda de Água e Eficiência Energética”, pode contribuir para a redução de desperdício de água no Brasil?
Jairo Tardelli Filho – Este é um tema fundamental nas companhias de abastecimento de água em todo o mundo. Como é um tema de caráter operacional, não era priorizado nas empresas, que eram mais preocupadas com a instalação das infraestruturas de saneamento para cobrir os elevados déficits de atendimento com serviços de água. O evento procura regatar os trabalhos que vêm sendo feitos no setor, no Brasil, e os respectivos resultados – bons e ruins – de forma a aperfeiçoar as práticas nas equipes. A Câmara Técnica de Gestão de Perdas de Água e Eficiência Energética da ABES tem trabalhado na organização anual desse evento, variando as regiões e estado, facilitando e incentivando regionalmente os técnicos na apresentação e discussão dos seus trabalhos. Todas as apresentações ficam arquivadas na biblioteca da CT, no site da Sabesp, além de vários outros trabalhos e publicações técnicas, que são de acesso livre a todos os profissionais.
ABES Notícias – Qual é a sua visão sobre a situação do Brasil, em relação a perdas de água?
Jairo Tardelli Filho – O Brasil apresenta um valor médio de 40% de perdas totais na distribuição, ou seja, a soma de perdas reais e perdas aparentes. Entretanto, há áreas de excelência no país, em que muitas cidades se destacam pelos baixos números dos indicadores de perdas, como Limeira, no interior de São Paulo, e outras cidades operadas pela Sabesp, na região de Lins, por exemplo; pela Sanepar, no Paraná, e pela Copasa, em Minas Gerais. Mas, ainda há muito que se avançar.
ABES Notícias – E qual é o papel dos indicadores no cenário da gestão de perdas no país?
Jairo Tardelli Filho – Os indicadores são fundamentais para a gestão operacional. São os nossos balizadores para avaliar se estamos indo bem ou mal no nosso planejamento e nas respectivas ações, fundamentando as tomadas de decisão e eventuais redirecionamentos. Há vários tipos de indicadores, padronizados pela International Water Association (IWA), que avaliam vários aspectos operacionais e estruturais do sistema de abastecimento de água. Porém, mais importante que os próprios indicadores em si, é a qualidade dos dados que compõem as variáveis dos indicadores, pois se não houver um rigor na apuração desses números, os indicadores resultantes não retratarão a situação e podem levar a decisões equivocadas dos técnicos e do corpo gerencial.
ABES Notícias – Por que é tão difícil combater a perda de água no Brasil?
Jairo Tardelli Filho – Para mim, há uma visão simplista sobre a questão das perdas nos sistemas de distribuição de água do Brasil. Talvez, por falta de informação, muitos achem que combater perdas é uma coisa simples, rápida e praticamente sem custos, é “só querer fazer”. No início, os resultados são mais fáceis de conseguir, mas, à medida que os índices vão caindo, os esforços devem ser maiores, porque os custos também se tornam maiores, e mais bem planejados para lograr novas quedas. O limite seria o “índice econômico de perdas”, variável para cada local e situação. Sempre cito o caso de Tóquio, que demorou 10 anos para o índice cair de 80% para 20%, e 60 anos para cair de 20% para 5%. Para isso, o conhecimento técnico das equipes, as ferramentas e equipamentos adequados, o planejamento e a execução correspondente, o acompanhamento e avaliação dos resultados e a persistência dos propósitos são essenciais. Ao atingir a meta, os esforços não devem ser paralisados, pois há que se anular o crescimento natural das perdas (as estruturas envelhecem, os medidores gradativamente vão ficando mais imprecisos), de maneira a manter o patamar a que se chegou, sob pena de ir perdendo os resultados obtidos. Portanto, os trabalhos de combate às perdas devem ser permanentes nas companhias, e um objetivo de todos os profissionais, desde a área de projeto até a operação cotidiana.
ABES Notícias – Na sua opinião, qual é a principal herança da crise hídrica, que afetou algumas partes do Brasil entre 2014 e 2015, e que marcou o setor de saneamento no país?
Jairo Tardelli Filho – A meu ver, o nível de consciência sobre o desperdício de água, não só como as perdas reais nos sistemas de distribuição, mas também o mau uso da água nos processos domésticos e industriais, e o efetivo resultado que dá no consumo total e na captação da água nos mananciais. No caso da RMSP, o nível de consumo total ainda não voltou aos patamares anteriores à crise, com todo o aumento da população ocorrido no período de 2014 até hoje. A associação entre a conscientização, por meio de campanhas e pelo uso racional da água, o reúso da água, as boas práticas operacionais no combate às perdas e as restrições ao uso da água (penalizações) atuam na gestão da demanda, e são instrumentos poderosos utilizados no mundo todo em episódios de crise hídrica.
ABES Notícias – Quais são as dificuldades e avanços, neste contexto?
Jairo Tardelli Filho – Questões técnicas como o controle das pressões no sistema, a pesquisa dos vazamentos não visíveis e a qualidade da infraestrutura e da mão de obra mostraram-se fundamentais. É importante ressaltar que a grande maioria dos vazamentos não aflora na superfície, constituindo-se, portanto, no grande desafio das companhias para reduzir a quantidade e a vazão desses vazamentos. Para a população, mais para efeito de conscientização do que propriamente de volume perdido, há que se consertar os vazamentos visíveis o mais rapidamente possível. Quando se fala em crise hídrica, pensa-se somente na questão das perdas reais, mas as perdas aparentes também devem ser combatidas, como instrumento de contenção de consumo, combatendo os roubos e fraudes de água e medindo bem os consumos dos usuários, além dos aspectos financeiros que isso representa.
ABES Notícias – Qual é o tema da sua palestra no 6º seminário? O senhor poderia comentar, brevemente, o assunto que será abordado nela?
Jairo Tardelli Filho – Estarei no painel sobre perdas reais, e farei uma análise de temas atuais sobre a redução e o controle desse tipo de perda de água, que tem repercussão nos consumos energéticos, ou seja, resulta em menores volumes de água a tratar e a bombear, e algumas análises sobre gestão das ações operacionais e estruturais para o combate às perdas, bem como apresentar alguns referenciais importantes em que as companhias possam se balizar na definição das suas metas.
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