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ABES-RS: Especialistas debatem o fenômeno global da crise climática e os reflexos dos eventos extremos que atingiram o Rio Grande do Sul

Em manifestação de solidariedade à tragédia ambiental que assolou o estado gaúcho, a seção reuniu, nesta terça-feira (18), especialistas que mostraram um panorama sobre o tema e soluções sustentáveis para prevenção e combate aos efeitos das mudanças climáticas nas cidades e seus cidadãos.

Na manhã desta terça-feira, 18 de junho, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) – Seção Rio Grande do Sul realizou o webinar “Crise Climática: o fenômeno global e os eventos extremos no Rio Grande do Sul – As causas, as consequências e o que mais vem por aí”. O evento foi dividido em dois blocos, com uma palestra técnica e debates, que trouxeram insights valiosos sobre a implementação de soluções sustentáveis para prevenir futuras tragédias climáticas, aproveitando os conhecimentos e experiências dos especialistas reunidos no encontro virtual.

Ao apresentar o evento, Paulo Robinson da Silva Samuel, presidente da ABES-RS, observou que na atual conjuntura é impossível participarmos de eventos como este sem manifestar a tristeza e solidariedade à toda família gaúcha, principalmente àqueles que perderam seus familiares, amigos, animais, lares, memórias, empregos e seus bens materiais. “É pra isso que estamos aqui para discutir e refletir sobre as causas, as consequências e o que mais vem por aí. Para participar deste evento convidamos alguns dos mais renomados especialistas para abordarem a importância urgente do tema, especialmente após as chuvas alarmantes que assolaram o Rio Grande do Sul e estão voltando a ocorrer”, atentou.

Ele observou que a crise climática global está provocando eventos climáticos extremos com maior frequência e intensidade. “Estamos tendo chuvas na região Sul e, por outro lado, grandes secas na região central e na Amazônia, afetando diretamente a vida e a segurança das populações locais”, salientou. Paulo Samuel ressaltou a importância de entender as causas desses fenômenos para elaborar estratégias eficazes de mitigação e adaptação. “O saneamento ambiental desempenha um papel vital na prevenção de tragédias associadas a desastres ambientais. Sistemas de saneamento eficientes ajudam a reduzir a vulnerabilidade das comunidades, melhorando a resiliência contra enchentes e deslizamentos. Além disso, investir em infraestrutura de saneamento é fundamental para minimizar os impactos negativos e proteger a saúde pública”, exemplificou.

Desta forma, o presidente da ABES-RS, ressaltou que os participantes foram convidados para o debate com o objetivo de trazerem visões sobre a necessidade de políticas e ações coordenadas para enfrentar os desafios climáticos. “Os conhecimentos e experiências de todos são essenciais para nos guiar na implantação de soluções sustentáveis que possam prevenir futuras tragédias”, pontuou.

Para a palestra foi convidada a Dra. Vânia Elisabete Schneider, doutora em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS/IPD). Os debatedores incluíram Fernando Magalhães, professor no Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), Tiago Luis Gomes, engenheiro civil da Gomespart Engenharia de Saneamento, e Laura F. A. de Carvalho, acadêmica de Psicologia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (Uri Erechim).

Dra Vânia, que representa o Instituto de Pesquisas de Desastres de Sergipe (IPD) e a ABES, agradeceu a ABES-RS por tê-los chamado para ampliar essa discussão que tem tomado todos os espaços da sociedade nos últimos dias. “Estamos tentando entender esse fenômeno que assola o Rio Grande do Sul, mas que também precisa e é necessário que ampliemos o nosso olhar para além do estado do Rio Grande do Sul e entendamos o que nos espera e quais são as perspectivas futuras em relação a esses eventos climáticos”, explicou.

A especialista contextualizou cientificamente em sua apresentação o que ocorreu no mês de maio no RS, que já está sendo considerada uma das maiores tragédias ambientais se não do mundo, pelo menos do Brasil. Ela mostrou o que levou à essa situação diante das sucessivas temperaturas extremas que têm ocorrido entre 2014 e 2023 e a combinação de fenômenos, como as mudanças climáticas induzidas pelo homem, o El Niño (anomalia do Pacífico) mais forte dos últimos anos, o desmatamento na Amazônia, entre outras informações detalhadas sobre as causas das mudanças climáticas, que fomentam os eventos extremos, os quais vieram a atingir o cenário ambiental do Rio Grande do Sul. Ela compartilhou orientações de como prevenir essas ocorrência, com planejamento e gestão, detalhando algumas estratégias importantes que podem ser aplicadas no Brasil.

Na sequência, os debatedores Fernando Magalhães, Tiago Luis Gomes e Laura Carvalho fizeram considerações importantes sobre o que ocorreu no RS, que complementam as informações repassadas na palestra da Dra Vânia, trazendo esclarecimentos técnicos, observações específicas sobre o caso, além de orientações que atendem não somente os cidadãos gaúchos, mas todos os brasileiros, por tratarem de planejamento adequado, diagnóstico preciso, gestão e políticas públicas, uso de tecnologias disponíveis, valorização da Ciência, monitoramento e manutenção constante dos equipamentos e serviços, bem como os cuidados psicossociais necessários com a saúde mental da população ao passar por tragédias como esta no RS.

O webinar foi finalizado com as perguntas dos participantes e as considerações da palestrante e dos debatedores.

No encerramento, Paulo Robinson da Silva Samuel, que também atuou como moderador, informou aos presentes que os esforços para debater este assunto imprescindível continuam. “Este webinar faz parte de um outro evento maior, que é a Semana Interamericana da Água, que acontecerá no Rio Grande do Sul, em outubro, entre outros eventos que iremos realizar sobre o tema”, informou. Ele agradeceu aos patrocinadores e apoiadores institucionais do evento: Agesan (Agência de Saneamento do Rio Grande do Sul), Sindicato dos Engenheiros do RS, Crea/RS, Mútua/RS e Astec (Associação dos Técnicos Científicos da Prefeitura de Porto Alegre).

Para assistir o webinar na íntegra acesse o link: