A terceira edição do Simpósio de Internacional de Resíduos de Serviços da Saúde terminou com uma série de boas notícias: sucesso de participação, o evento anunciou, na sexta-feira, 4 de outubro, o 4º Simpósio, a aprovação, pelos coordenadores, da criação do Grupo de Trabalho sobre o tema e a plataforma online, que abrigará todas as informações, proposições e discussões.
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Os coordenadores do 3º SIRSS aprovaram a criação do Grupo Técnico de Resíduos de Serviços de Saúde (GTRSS) em cada estado do Brasil, que funcionará como espaço de discussão técnica e proposição para as melhores práticas de gestão de resíduos de serviços de saúde.
O GTRSS deve ser formado por diversos integrantes da matriz de Resíduos de Serviços de Saúde (gerador, empresa de coleta, tratamento, regulador, academia, órgãos representantes do setor e sociedade civil, entre outros) e tem por finalidade discutir e elaborar relatórios técnicos, disseminação do conhecimento técnico e científico, relatos de experiências de sucesso, colaboração e ajuda mútua entre Estados, elaborar propostas com fins regulatórios para a análise dos órgãos reguladores.
O GTRSS funcionará com os seguintes Grupos Temáticos – GT identificados, inicialmente prioritários:
– Logística reversa de medicamento
– Embalagem de RSS
– Resíduos domiciliares de pacientes tratados no Programa Internação Domiciliar
– Saúde Animal (lei específica)
– Transporte de RSS
– Saúde e segurança no trabalho
– Resíduos Químicos (Medicamentos)
Veja como foi o último dia do evento:
O painel 3, “Gestão de resíduos de serviço de saúde”, teve como moderador Durval Silvério de Andrade, advogado da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP), e palestras de Marcelo Cavalcante Oliveira, gerente de Regulamentação e Controle Sanitário em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Thiago Sanguinetti da Silva, coordenador de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Segurança do Trabalho do Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI), Flávio Gomes dos Santos, técnico de Segurança do Hospital Edmundo Vasconcelos, Elma Pereira dos Santos Polegato, membro da Comissão de Saúde Ambiental do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, e Raissa Pereira, engenheira ambiental da Divisão de Logística Reversa e Gestão de Resíduos Sólidos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 222/18, que regulamenta as boas práticas de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
Marcelo Cavalcante informou as mudanças das normas das resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) 306/2004 e 222/2018, que tratam dos resíduos de serviços de saúde no Brasil. Ele explicou que as alterações foram provocadas pela Lei 12.305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e pelo Decreto 7.404/2010, que regulamenta a PNRS. Dessa forma, a RDC 222/2018 foi revista e passou a vigorar. Marcelo destacou algumas das mudanças:
– Previsão de logística reversa para medicamentos, que não existia na 306;
– Mudança na definição de rejeito e de resíduo. Na 222, todo o material que já foi tratado e que teve todas as possibilidades de tratamento esgotadas pode ser descartado em aterro sanitário;
– Definição do responsável pelo Plano de Gerenciamento de RSS (PGRSS): o gerador do serviço se tornou, na 222, responsável pela elaboração, implantação e monitoramento do plano;
– Uso do saco branco leitoso para substituir o saco vermelho para armazenamento de resíduos do grupo A – aqueles que oferecem risco biológico;
– Armazenamento em abrigos de alvenaria: na 222, o espaço deve ter piso, paredes e teto construídos com material resistente e que possibilitem a higienização;
– Foi retirada a descaracterização de resíduos na RDC 222;
– Tratamento de resíduo dentro da unidade geradora: na RDC 222, sempre que não houver indicação específica, o tratamento do RSS pode ser realizado dentro ou fora da unidade geradora;
– Armazenamento interno de resíduo químico ou rejeito radioativo não tinha da RDC 306, mas foi criado na 222: pode ser feito dentro do local onde foram gerados;
– Resíduos de vacinas: na RDC, os RSS resultantes de atividades de vacinação devem ser tratados antes da disposição final;
– Forrações de animais de biotério podem ser destinadas para compostagem, desde que não apresentem risco biológico associado, de acordo com a 222;
– Reutilização de caixas de perfurocortantes: não tinha na RDC 306. Agora, admite-se o uso de tecnologia para o esvaziamento automatizado de recipientes plásticos, com possibilidade de reutilização após descontaminação;
– Príons: na 222, abrange órgãos, tecidos e fluídos orgânicos de alta infectividade. Se não tiver essas características, não é príon.
Gestão de resíduos de serviços de saúde – a experiência do grupo Notre Dame Intermédica
Thiago Sanguinetti da Silva trouxe exemplos do trabalho que o grupo desenvolve em suas unidades, na gestão de RSS. “Não adianta termos toda tecnologia do mundo se não soubermos aplicá-la de forma inteligente. Então, nós temos um ponto principal que é o treinamento e o engajamento dos nossos colaboradores, para que a segregação dos resíduos seja feita de forma correta”, disse. Segundo Thiago, a empresa entende que nem todo resíduo gerado nos hospitais pode ser considerado infectante.
O grupo tem alguns desafios: ter equipe 100% treinada; reduzir a geração de resíduos infectantes; aumentar a destinação de material reciclável e fazer uma boa gestão de indicadores. Para resolvê-los, a Notre Dame Intermédica levanta toda legislação referente ao assunto, para que todos se mantenham atualizados; realiza a padronização de processos dentro das empresas do grupo; promovem treinamento e engajamento dos colaboradores, sejam contratados sob o regime CLT, pessoa jurídica e terceirizados; forma comitês de resíduos regionais e corporativo – neste último é fundamental a participação das altas lideranças; realiza inspeções periódica dos resíduos. Todo esse trabalho é executado por uma equipe formada por analistas ambientais, técnicos de segurança do trabalho, engenheiros e supervisores. “Essa luta pelo descarte correto de resíduos não é de hoje, é um assunto discutido há muito tempo. Nós inventamos barreiras para não cumprir a RDC 222 na sua totalidade. O principal é reduzir a geração de lixo infectante dentro dos hospitais, que também não é um ambiente totalmente insalubre”, finalizou.
Gestão de resíduos de serviços de saúde em hospital no município de São Paulo – Hospital Edmundo Vasconcelos
Flávio Gomes dos Santos apresentou a instituição e destacou o que a legislação define, na cidade de São Paulo, como RSS: todo material gerado em homecare, centros de controle de zoonoses, casas de repouso, clínicas de estética, clinicas médicas e odontológicas, estúdios de tatuagem e piercing, drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação.
Durante a sua participação, Flávio demonstrou preocupação sobre o descarte de RSS. “Nem as pessoas que trabalham na área de saúde sabem como encaminhar os resíduos. Todos têm que conhecer o Plano de Gerenciamento de RSS e as demais leis que tratam do assunto. Tem que haver comunicação e treinamento para esses profissionais”, frisou.
Flavio explicou que, em São Paulo, duas empresas têm concessão de 20 anos para fazer os trabalhos de coleta e o transporte de resíduos em hospitais. Segundo ele, o processo é todo automatizado e são utilizados contêineres para acondicionar os resíduos que são levados a aterros sanitários.
Resíduos de serviços de saúde animal
Elma Pereira dos Santos Polegato, da Comissão de Saúde Ambiental do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, falou sobre sua grande preocupação: a falta de legislação para a Medicina Veterinária. De acordo com ela, é importante que os estabelecimentos veterinários sejam entendidos como estabelecimentos de saúde, para que se criem mecanismos de fiscalização. “As legislações normativas excluem e medicina veterinária, ao entendê-la como algo que pertence ao agronegócio. Desconsideram que todos os animais adoecem, portanto, também geram resíduo de saúde. Além disso, o profissional que trabalha com a saúde animal precisa conhecer e cumprir a legislação sanitária”, enfatizou.
A área busca, no mundo inteiro, trabalhar com o conceito de saúde única, com a integração da saúde humana, animal e ambiental. “A Ciência explica porque isso é necessário: 60% das doenças infecciosas humanas ocorrem primeiros nos animais, depois nos seres humanos; de cada cinco novas doenças humanas que surgem, três são de origem animal”, ressaltou a professora.
A especialista enumerou alguns desafios para a medicina veterinária: existe uma legislação complexa e pouco clara. A Veterinária só aparece para situações de cobranças, mas a legislação não entende como é o cotidiano da área e as suas condutas; as normas excluem a área veterinária, não existem regras para descarte de resíduos; o caso dos animais de produção é de responsabilidade do Ministério da Agricultura e como os animais dessas áreas rurais também adoecem, gera-se resíduo que precisa ser eliminado e não existem locais adequados para o descarte; a questão os pets que, no Brasil, são cerca de 140 milhões, tem que ser cuidada pelo setor Saúde. “Quando se trabalha com a saúde do animal, se trabalha também com a prevenção na saúde humana”, alertou a professora.
Implantação de sistemas de logística reversa no estado de São Paulo
Raissa Pereira começou falando sobre o grande marco da implantação de logística reversa no Estado de São Paulo. Teve início em 2015, com a resolução SMA 45, que apresenta uma lista de produtos sujeitos à logística reversa no estado, na qual estão incluídos os medicamentos humanos de uso domiciliar; e define novos parâmetros para a celebração de termos de compromisso: uma das inovações é exigir a inclusão de logística reversa no licenciamento ambiental.
De acordo com a engenheira, já existem termos de compromisso assinados no estado, com entidades que representam empresas que fabricam produtos como óleo comestível, filtro de óleos lubrificantes, baterias automotivas, pilhas e baterias entre outros. No que se refere aos medicamentos, ainda não existe um termo assinado para a implantação de logística reversa em São Paulo. “No nível federal, um instrumento de decreto para a regulamentação de logística reversa de medicamentos foi submetido a consulta pública. Em São Paulo, o assunto está em discussão com representantes da indústria, de distribuição e do comércio. Entretanto, a Cetesb recebeu três planos de logística reversa coletivos e dois estão em funcionamento em farmácias”, explicou Raissa.
Desafios e soluções
Raymundo França, gerente geral e responsável técnico da Recicle Soluções Ambientais, falou sobre os desafios da coleta e tratamento de resíduos de serviços de saúde – modal terrestre e fluvial na região Norte do Brasil.
As dificuldades de se chegar às cidades dos estados no Norte do Brasil e se fazer a coleta de RSS foram os destaques da apresentação. “Dos 144 municípios do Pará, 100 ficam desatendidos por falta de recursos. Todo o estado tem apenas dois aterros sanitários e um está para fechar, porque apresenta problemas sérios de erro de projeto. Não existe aterro industrial classe um e todo material é tratado por incineração ou autoclave”, relatou França.
A empresa vai a Santarém, que fica a 1700 km da capital, uma vez por mês, por causa do tempo que leva para chegar à cidade: de 3 a 7 dias, de carro, pois o preço das passagens é muito elevado. Então, o acondicionamento de resíduo patológico no município, assim como em outros que também são distantes, ainda é muito falho. Raymundo também relatou dificuldades produzidas pela legislação. Uma vez por mês, a Recicle vai até uma localidade no Amapá, para retirar resíduos sólido e hospitalar. Parte do transporte é feito de barco. Para fazer a retirada naquele estado, a empresa obteve autorização do órgão fiscalizador, mas a Vigilância Sanitária estadual barrou a coleta, alegando que é necessário ter uma unidade instalada na região.
Além dessas questões, fatores como más condições das estradas e queimadas interferem no trabalho de coleta e transporte de resíduos e provocam acidentes.
Na palestra Tratamento de resíduos de serviços de saúde, Odair Segantini, consultor da Silcon Ambiental, apresentou uma novidade que a empresa colocou no mercado recentemente: a planta UPAC (Unidade de Produção Alternativa de Combustível), que tem quatro tecnologias para fazer a recuperação energética do resíduo levado para tratamento e transformá-lo em combustível. São elas: separador pneumático (resíduos são separados de forma automatizada), sistema de prevenção de incêndio, guindastes automatizados (movimentos de carga são feitos sem contato manual), e linha automatizada (o resíduo transita pela planta que não tem presença de pessoas).
A geração do combustível se dá por meio da técnica de pirólise, um processo de craqueamento térmico que converte os resíduos em combustíveis como carvão, óleo e gás. Essa novidade promete retirar do meio ambiente e dos aterros sanitários, milhares de toneladas de resíduos plásticos e de saúde, que não tinham viabilidade para reciclagem.
Painel 4 – Diretrizes internacionais e pesquisas em resíduos de serviços de saúde
O quarto e último painel teve moderação de Wanda Maria Risso Gunther, professora titular do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública/USP.
“Avançamos bastante nas últimas três décadas, mas estamos conseguindo mudar o panorama. O plano de gerenciamento de RSS ainda não é uma realidade, deveríamos avançar mais, nós temos cursos, temos profissionais capacitados. Precisamos mudar de fato e apontar para algumas questões que eu vi, como a questão do resíduo químico. É o desafio da década, estamos jogando os resíduos no esgoto. Tem também a questão da logística reversa, que foi tratada aqui com parcialidade. Considera-se, ainda, como consumidor só o domiciliar. Quando é que a gente vai ter uma visão mais abrangente, a do grande gerador? Quando vamos falar de logística reversa para esse grupo?”
Guia da Organização Mundial de Saúde para resíduos de serviços de saúde
Nesta palestra, Angela Maria Magosso Takayanagui, professora sênior da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP Ribeirão Preto, levou à plateia do Simpósio a posição da Organização Mundial da Saúde sobre o gerenciamento de RSS. Ela se baseou em dois manuais do órgão internacional de saúde, cujo conteúdo tem o objetivo de reduzir os problemas de saúde, eliminar os riscos gerados pelos RSS, promover a segurança aos pacientes por meio de adoção de práticas seguras e ressalta que o manuseio inadequado dos resíduos é um grande causador de impactos significativos à saúde e ao meio ambiente. “Esses manuais buscam a excelência de procedimentos por meio de boas praticas no gerenciamento dos resíduos”, explicou.
Ela mencionou os princípios que nortearam os manuais, como o Tratado de Estocolmo e a Convenção de Basileia, entre outros, e ainda destacou como próximos passos dos manuais a determinação da composição química, biológica e radioativa dos resíduos e o incentivo a novas tecnologias e estudos na área.
Análise do perfil de geração de resíduos de serviços de saúde em estabelecimentos de saúde de um município de grande porte – estudo de caso em Belo Horizonte/MG
O palestrante Marcos Paulo Gomes Mol, pesquisador e coordenador da Divisão de Ciência e Inovação da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias/FUNED, coordena um grupo de pesquisas que tem três linhas de pesquisas básicas: uma associada à gestão de RSS; outra associada a epidemias e o vínculo com o saneamento e a terceira é a questão dos medicamentos, uma vez que a FUNED produz remédios, tem a responsabilidade de pensar na destinação do produto. “Nosso objetivo, nessa linha de pesquisa, é identificar a toxicidade ambiental dos medicamentos e pensar numa maneira prática de fazer a remoção deles depois de misturados no ambiente limpo”, explicou.
Quanto à gestão de resíduos de saúde, Marcos Paulo ressaltou que este assunto representa um grande desafio para os gestores de todo o mundo. A segregação é ação fundamental para permitir a gestão do risco inerente a cada tipo de resíduo. Falhas na segregação podem representar aumento dos riscos à saúde, além de despesas desnecessárias aos estabelecimentos geradores. “O processo de segregação é um grande desafio. O gerador de resíduo precisa enxergar que existe um fluxo até a destinação daquele resíduo e não enxergar apenas uma lixeira”.
Logística reversa de medicamentos no estado da Bahia
Aline Coelho de Santana, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA), destacou que a Bahia foi um dos estados escolhidos para o estudo de viabilidade de implantação de logística reversa em 2012. Foram levantados dados para saber como o estudo poderia ser atendido no estão. “Uma empresa já tinha criado um modelo de coletor e o disponibilizou para que pudéssemos fazer nosso trabalho de forma segura”, lembrou Aline.
O gerenciamento do trabalho ficou a cargo do CRF da Bahia. Foram identificados os pontos onde os coletores ficariam instalados, porque não era possível atender o estado todo. Foram escolhidos pontos em Salvador e região metropolitana. O transporte e a destinação ficaram sob a responsabilidade da Stericycle e o Movimento das Donas de Casa fez a divulgação da campanha para que a população colaborasse com a entrega de medicamentos vencidos ou sem uso fossem depositados nos pontos de coleta.
Houve um momento de crise, mas, hoje, Salvador tem 51 pontos coletores em farmácias e agora aguarda a aprovação do decreto que regulamenta o sistema de logística reversa para medicamentos.
Detecção de quimioterápicos e seus metabólitos em efluentes no município de Barretos, em São Paulo, e suas interações ecológicas
Mariana de Oliveira Klein, bióloga da Fundação Pio XII (Hospital de Amor de Barretos), apresentou o objetivo e resultados de um estudo para avaliar a presenças de quimioterápicos no efluente do hospital e no sistema de saneamento de Barretos. “Após o uso de quimioterápicos para o tratamento de câncer, o paciente elimina cerca de 10 a 20% dos resíduos pela urina e pelas fezes. São substâncias que não são degradadas no meio ambiente”, explicou.
Estudos internacionais verificaram, no passado, a presença de drogas neoplásicas no efluente hospitalar e municipal. E outros estudos já trataram da presença dessas drogas no meio ambiente e o que elas causam aos diversos organismos existentes.
As resoluções do CONAMA não têm nenhuma informação especifica sobre os quimioterápicos, nem valores de referência de toxicidade no efluente. O Hospital de Barretos utiliza 40 tipos diferentes de quimioterápicos no tratamento de seus pacientes. O estudo realizado visa oferecer dados científicos aos órgãos ambientais, para que possam contribuir com políticas públicas relacionadas ao tema, no futuro.
A pesquisa detectou concentrações mais elevadas de compostos na saída de esgoto do hospital. Na chegada da estação de tratamento de esgoto da cidade, o nível de toxicidade era drasticamente menor, por causa da mistura com outros resíduos pelo caminho. Na saída da estação, a variação foi pequena.
Confira o que disseram os participantes sobre o evento:
“O evento mais uma vez foi um sucesso. Tivemos muito bom proveito das palestras. Espero que nas próximas edições o conteúdo seja ainda melhor que o apresentado neste ano. Desde o primeiro, procuramos melhorar cada vez mais. O primeiro foi muito bom, o segundo foi ótimo e esse com certeza superou as outras edições. O quarto superará os outros três. Teremos muito sucesso com esse grupo e o quarto Simpósio que virá pela frente”.Raphael Corrêa Figueiredo, do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF)
Wanda Maria Risso Gunther, Faculdade Saúde Pública – USP
“O Simpósio oferece uma grande oportunidade de reunir profissionais, com diversas experiências, para mostrar o que vem sendo feito de melhor. Traz motivação para os profissionais da área e ajuda a encontrar soluções. A área é reconhecida pela questão dos resíduos em geral e de saúde dentro do hospital. A externalidade do processo é muito importante, o gestor do resíduo não é reconhecido. Podemos ver aqui que muita coisa pode ser feita, é uma reciclagem de conhecimento. É possível fazer contatos e aumentar a nossa rede de relacionamento”.
Angela Maria Magosso Takayanagui, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP – Ribeirão Preto
“Venho participando desde o início do Simpósio. É importante que tenha continuidade para que incentive as pessoas a pensar nas questões dos resíduos de serviços de saúde, visando à melhoria da assistência e dos procedimentos feitos no gerenciamento desses resíduos”.
Marcos Paulo Gomes Mol, Fundação Ezequiel Dias – Funed
“É fundamental ter esse espaço para discutirmos a questão dos resíduos de serviços de saúde. Precisamos debater devido à importância do tema e avançar. No contexto da segregação, demanda um processo de educação ambiental. Os encontros são necessários para troca de experiências e para discutir sobre legislação. Fiquei muito feliz de saber que o evento é anual, temos avanços e experiências relevantes para compartilhar. Traz especialistas internacionais, como o Stuart Budd. O encontro é rico e espero que continue acontecendo. É a primeira vez que estou aqui e fiquei honrado com o convite. Pude mostrar o que vem sendo feito. É uma troca de aprendizado com os profissionais do setor”.
Aline Coelho de Santana, Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia – CRF-BA
O evento promove uma questão necessária de discutir. Há muitos anos trabalha-se em cima de uma regulamentação que ainda não foi solucionada. A discussão força que as entidades responsáveis pela regulação dos resíduos de serviços de saúde se comprometam a chegar em um senso comum. Para avanço e melhorias na questão dos resíduos sólidos de serviços de saúde”.
Mariana de Oliveira Klein, Fundação PIO XII (Hospital de Amor de Barretos)
O evento é importante porque reúne profissionais de todo país, possibilita a troca de informação e conhecimento na área de resíduos sólidos de serviços de saúde. Podemos ver o que é feito em cada região do Brasil. Temos muitas dúvidas sobre a separação, nesse encontro discutimos o que podemos fazer para que ocorram melhorias nesta área”.
Raymundo França, Recicle Soluções Ambientais
“O evento é interessante porque reúne o conhecimento de todas as regiões do Brasil. Iremos levar as experiências de outros estados que estamos vendo aqui para a região Norte do país. Nossa região está em crescimento ainda, busca sistemas para modular, melhorar a coleta, o transporte, o tratamento e a destinação dos resíduos. O evento abrange o conhecimento de cada região. Precisamos de mais conhecimento/tecnologia para avançarmos e nos igualarmos ao restante do país”.
Odair Luiz Segantini, Silcon Ambiental
“O evento está muito bom, avalio como a sua melhor edição. A dinâmica foi muito boa e possui uma infraestrutura interessante. O Simpósio vem ganhando uma qualidade superior a cada dia, não é à toa que já se fala na próxima edição. Já estamos pensando no quarto Simpósio”.
Durval Silvério de Andrade – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo – FEHOESP
“É a minha primeira experiência. Foi produtiva, bacana e engrandecedora.
Pude conhecer pessoas de diversos meios e áreas. A palestra da Dra. Elma foi muito interessante e me surpreendeu com a relação das doenças associadas aos animais que podem ser transmitidas para o ser humano. O painel foi sensacional e conseguiu superar as expectativas do evento. A Abes está de parabéns pela organização impecável e o conteúdo promovido”.
Marcelo Cavalcante Oliveira – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
“É uma oportunidade ímpar de estar aqui e participar do debate com um tema tão importante. A questão envolve o meio ambiente e descarte de resíduos perigosos. O Brasil tem problema na estrutura dos resíduos. Estamos sempre dispostos a participar. Tivemos uma Norma publicada em 2018 – RDC 222/2018. Trouxe novos pontos, entendimentos e mudanças sobre o tema para debatermos com o intuito de buscarmos melhorias no processo regulatório.
Thiago Sanguinetti da Silva, GNDI
“Temos que desmitificar muitas coisas que a legislação fala e as boas práticas dos hospitais. O evento é importante pela troca de experiência que um hospital ou um outro grupo faz e não em si a legislação, é a parte fundamental desse processo. Para mim, é extremamente gratificante contar a experiência do nosso grupo e compartilhar aqui com todos assim como ver também outras pessoas com diversas experiências. Algumas pessoas perguntam como a gente conseguiu implantar esse processo, como nós conseguimos realizar tudo isso. Primeiramente vem do profissional em engajar a alta direção no processo. Caso a alta direção não esteja a frente dos processos, a empresa ou estabelecimento não vai andar. Então, esse é o nosso grande triunfo: a participação da alta gestão e o conhecimento dela nas normas e boas práticas”.
Flávio Gomes dos Santos, Hospital Edmundo Vasconcelos
“Vejo que a abrangência do nosso país ainda é descoberta referente à parte de saúde pública. O evento mostra que existem vários estados que não têm a mesma cobertura de gestão de resíduos de serviços de saúde. Alguns são falhos ainda. O Simpósio desperta curiosidade e trouxe muita informação sobre coisas que eu não conhecia. Estamos no caminho certo, mas ainda temos muitos desafios. Temos muito que aprender ainda, há uma carência de informação sobre o tema mesmo com a legislação. O assunto é muito extenso e complexo”.
Elma Pereira dos Santos Polegato, Comissão de Saúde Ambiental do Resíduos de Serviços de Saúde Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
O Simpósio é de extrema importância porque a área veterinária não é contabilizada em diversos eventos como geradora de resíduos de serviços de saúde. Os animais adoecem, portanto também geram resíduos. A área veterinária precisa ser entendida na área de resíduos. O setor de saúde deve trabalhar normativas, legislações e grupos de trabalho voltados para as questões veterinárias principalmente com os pets. O que pode comprometer o país no cumprimento da ODS da ONU”.
Raissa Pereira Lia Helena Monteiro de Lima Demange, Divisão de Logística Reversa e Gestão de Resíduos Sólidos – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB
“É muito importante disseminar a informação sobre a logística reversa e principalmente o estado de São Paulo. O Simpósio agrega os profissionais da área da gestão de resíduos e, como é um tema novo, eles devem estar preparados para isso. São temas relacionados ao futuro. Gostaria de parabenizar pela organização e conteúdo do evento. Os temas são de diferentes aspectos da questão dos resíduos de serviços de saúde. As palestras foram distintas, variadas e multidisciplinares. Reuniu diversos tópicos em um só evento”.
Público participativo
Os 220 profissionais que lotaram o auditório do CRQ nos dois dias do Simpósio, muitos vindos de várias partes do Brasil, formaram uma plateia participativa, com muitas perguntas aos palestrantes e, entre eles, vários planejando fazer parte da quarta edição.
Mariana Tavares, Engenheira Ambiental da metalúrgica Belgo Bekaert, em São Paulo, participou pela primeira vez. “Fiquei sabendo do evento pelo Linkedin da ABES. Gostei muito do conteúdo, vai agregar muito pra gente. É muito bom ver as experiências de profissionais de vários Estados. O evento é muito interessante e pretendo voltar em sua próxima edição.
Alana do Nascimento Azevedo, Gestora do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, em Itabuna, na Bahia, disse que o evento superou suas expectativas. “É muito bem organizado, a temática e a forma como as discussões foram conduzidas. A proposta do grupo de trabalho é a cereja do bolo. Queremos avançar nas resolutivas das questões dos resíduos dos serviços de saúde”.
Para Emilio Melo Figueiredo, da Inca Incineração Controle Ambiental, de Uberaba, Minas Gerais, o conteúdo do Simpósio foi enriquecedor. “A participação do Stuart Buddy foi muito interessante, pois ele trouxe e apresentou o que vem sendo feito lá fora. Não estamos fazendo tão diferente e lutamos pelas melhorias das questões dos resíduos de serviços de saúde. Temos que nos unir para alavancar as políticas nacionais de resíduos. O evento foi abrangente para unir os profissionais para discussão e obter melhorias na área de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde”
Alba Maria Ferreira de La Rosa, associada da ABES-RS, também aprovou a iniciativa. “Quero parabenizar a ABES pela realização do Simpósio. É difícil encontrar eventos, informações e livros sobre o tema. É um evento de destaque para nós, tanto que viemos do Rio Grande Sul para assistir. Os temas são relevantes e atuais para serem discutidos. Encontramos profissionais de diversos estados do Brasil e que podemos fazer trocas de informações. Foi fantástico estar aqui, encontrar vários colegas de profissão com informações riquíssimas. Uma das palestras pela qual mais me interessei é da Elma Pereira dos Santos Polegato – Comissão de Saúde Ambiental do Resíduos de Serviços de Saúde Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo. Irei manter contato com ela para trocarmos experiências. Estou muito feliz por estar nesse evento”.
Ganhador da inscrição no sorteio da AESabesp – Associação dos Engenheiros da Sabesp, que é apoiadora do evento, Isac Ferraz, funcionário da Sabesp há 32 anos, disse que o conhecimento adquirido no Simpósio vai agregar á sua atuação. “É a segunda vez que participo do Simpósio pela AESabesp. Fiquei feliz por ter sido sorteado pela segunda vez, pois já tinha interesse em participar do Simpósio devido ao seu conteúdo. O evento é muito bom, mostra as novidades e o que está acontecendo no Brasil. Vi que São Paulo ficou pra trás com relação aos estados do Sul do país. Não vejo dificuldades para que São Paulo alcance ou ultrapasse o nível a que esses estados chegaram. Há muita coisa por aí sendo feita. Tenho bastante interesse nessa área, ainda mais agora que trabalho na Divisão de Engenharia de Esgoto da Sabesp na Norte. Fico próximo ao pessoal do Córrego Limpo, vejo as dificuldades em ver os resíduos e materiais infecciosos dentro dos córregos. Encontram-se garrafas, sofás, resíduos sólidos e tudo que podemos imaginar nos córregos. As pessoas querem se livrar dos lixos e jogam nos córregos, infelizmente. O Simpósio gera um grande conhecimento no tema e superou as minhas expectativas”.
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