Na cerimônia de abertura do “Workshop Mudanças Climáticas, a Gestão do Carbono e o Saneamento”, realizada na manhã de quinta-feira (10), em Belo Horizonte, o presidente da ABES, Marcel Costa Sanches, destacou a gravidade das mudanças climáticas, que se intensificam com o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Ele ressaltou a importância de uma atuação conjunta do setor de saneamento para adotar medidas que mitiguem os impactos dessas mudanças.
“Este workshop é uma oportunidade para o setor de saneamento refletir e buscar soluções para enfrentar os eventos extremos. Ao longo desses dois dias, vamos discutir, planejar e definir ações para apoiar o esforço global de redução de emissões. Abordaremos temas como a gestão de recursos hídricos, com foco em infraestrutura resiliente e tecnologias sustentáveis; o uso de tecnologias de eficiência energética no tratamento de água e esgoto, reduzindo o consumo de eletricidade e as emissões associadas; além de apresentar casos de sucesso em reuso de água e controle de perdas”, explicou Sanches.
Pablo Ferraço Andreão, Diretor de Saneamento, representando o presidente da Copasa na abertura do evento, ressaltou o empenho da empresa em colaborar com a redução das emissões de gases de efeito estufa em suas operações. “Estamos cientes que, cada vez mais, enfrentaremos as consequências das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar, a escassez hídrica e longos períodos de seca. Por isso, estamos buscando alternativas para nos adaptar a esses eventos extremos”, afirmou.
O presidente da Seção Minas Gerais, André Horta, parabenizou a organização do evento e destacou a relevância da discussão diante do aumento dos eventos extremos, como as inundações no Rio Grande do Sul e o furacão Milton que atingiu os Estados Unidos. “Espero que os debates apresentados aqui possam ser aplicados pelas empresas de saneamento no intuito de tornar suas atividades mais sustentáveis”, afirmou.
Tanto o Diretor de Inovação e Novos Negócios da Sanepar, Anatalício Risden Júnior, quanto o Diretor Executivo de Operações da Iguá Saneamento, Péricles Weber, pontuaram que as empresas precisam desenvolver iniciativas para mensurar e desenvolver um plano de mitigação para as emissões de gases, visando tornar suas operações mais sustentáveis a médio e longo prazo. “Estamos sofrendo as consequências das mudanças climáticas e precisamos saber como contribuir para reduzir as emissões de carbono na atmosfera”, disse Anatalício. “As empresas precisam buscar por soluções que as permitam trabalhar com mais eficiência. E nesse evento, certamente contemplaremos todas as condições para estabelecer e atingir as metas necessárias”, complementou Péricles Weber.
A Diretora de Abastecimento e Esgotamento Sanitário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Isabela Meline Simões Lopes, afirmou que ainda falta muito para avançar no saneamento e citou alguns dados e índices de saneamento no Estado. “Minas tem hoje 83% de cobertura com água tratada e 58% de cobertura para tratamento de esgoto. Ainda temos muito a avançar para universalizar o saneamento nos 853 municípios. Estamos atuando com vários programas importantes, como o Água Doce, que leva água tratada para pessoas carentes do semiárido, o Programa Saneamento Legal, que presta apoio técnico aos municípios na elaboração do Plano Municipal de Saneamento, e levando educação ambiental e sanitária para as escolas, em uma parceria com a Secretaria de Educação. São várias iniciativas no intuito de atingir a universalização e contribuir para a mitigação dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas”, concluiu.