Tem sido observado no início deste ano um aumento nos casos em relação ao mesmo período de 2018; no ano passado, o vírus causou a morte de 336 pessoas na região.
A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, recomendou aos países das Américas e do Caribe que se preparem para uma resposta rápida a possíveis surtos de dengue. A doença é endêmica na região e, desde que foi introduzida na década de 1980, tem causado surtos e epidemias de forma cíclica de cada três a cinco anos.
A primeira epidemia de dengue, com mais de um milhão de casos, ocorreu em 2010. Três anos depois, houve uma nova epidemia, desta vez, com mais de 2 milhões de casos. No início deste ano, tem sido observado um aumento na incidência da doença em relação ao mesmo período de 2018.
Em nota, o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Marcos Espinal, disse que “a dengue é a infecção viral transmitida por mosquitos de maior propagação nas Américas e sua complexidade vem aumentando ao longo dos anos.”
Segundo o especialista, essa alta é causada por vários fatores, como crescimento urbano não planejado, problemas de água e saneamento, mudanças climáticas e, em alguns países, a circulação simultânea dos quatro tipos de dengue, o que aumenta o risco de casos graves e surtos.
De acordo com a última atualização, de 22 de fevereiro, foram notificados 560.586 casos de dengue na região das Américas no ano passado. Desses casos, 3.535 foram considerados graves e 336 resultaram em mortes. Nas primeiras seis semanas deste ano, foram notificados quase 100 mil casos, sendo 632 de dengue grave e 28 óbitos.
Recomendações
As principais recomendações da Opas para os países focam na intensificação à vigilância da doença e nas medidas de controle para reduzir as populações de mosquitos que transmitem o vírus.
Atualmente, a única maneira de controlar ou prevenir a transmissão é o combate ao mosquito, conhecido como Aedes aegypti.
A Opas também recomenda educação contínua da população e envolvimento da comunidade, além de assegurar que os profissionais de saúde tenham formação de como diagnosticar e tratar os pacientes.
Outros vírus
Segundo Marcos Espinal, o diagnóstico da doença ficou mais complexo com a chegada de dois novos vírus, o chikungunya, em 2013, e o zika, em 2015, porque apresentam sintomas parecidos.
Apesar disso, a dengue continua sendo a que apresenta o maior número de casos e também é a mais letal.
Segundo a Opas, o seu tratamento é relativamente simples, custa pouco e é muito eficaz. O assessor regional de dengue da Opas, José Luis San Martin, disse que “a chave é reconhecer precocemente os sinais de alerta para fornecer os cuidados necessários e evitar que progrida para formas mais graves.”
Se um profissional de saúde tiver dúvida sobre o diagnóstico, a Opas recomenda o tratamento imediato de dengue, sem esperar por um resultado de teste.
A agência também recomenda que o paciente seja examinado todos os dias ou, pelo menos, a cada 48 horas, para detectar sinais sérios de alerta, particularmente durante a fase crítica da doença.
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