O quinto painel do Workshop Mudanças Climáticas e a Gestão do Carbono no Saneamento, realizado pela ABES em Belo Horizonte, abordou o papel dos inventários de gases de efeito estufa no setor. Os palestrantes compartilharam experiências e metodologias que podem ser aplicadas no saneamento, contribuindo para uma gestão mais transparente e comprometida com a sustentabilidade.
Segundo o analista de Meio Ambiente da Copasa e moderador do painel, Cassius Nonato de Souza Freire, essa ferramenta é essencial para quantificar e gerenciar as emissões. “A criação de inventários de GEE permite que as organizações mensurem sua pegada de carbono, identifiquem áreas de melhoria e desenvolvam estratégias eficazes de mitigação”, afirmou.
O painel teve início com a palestrante Danielly Freire, gerente de Clima no Pacto Global da ONU – Rede Brasil, que ressaltou as etapas da jornada de descarbonização para o setor de saneamento, que tem alto impacto na geração de gases de efeito estufa. “Como representação global, o setor é responsável por 5% das emissões totais. Aqui no Brasil, essas emissões representam 2%, sendo o tratamento de efluentes o principal emissor, seguido pelos aterros sanitários. Para alcançar resultados positivos, todas as companhias de saneamento terão que agir colaborativamente. Esse é o único modo de o setor avançar na trilha de descarbonização”, afirmou.
De acordo com Cassius, as metas ainda são um desafio para o setor de saneamento, mesmo para as empresas mais avançadas no assunto. “Esse será o próximo passo para abordarmos dentro do Grupo de Trabalho. Desde o início, priorizamos três temas, e o estabelecimento de metas ficou para uma etapa futura. Espero que mais empresas de saneamento colaborem nesse trabalho”, pontuou.
Em seguida, Livia Lobato, sócia-diretora do Centro de Referência em Estações Sustentáveis de Esgoto (CR ETES), falou sobre os escopos de emissões de gases de efeito estufa e ressaltou a importância do evento por reunir diversos setores para esse debate. “É muito positivo ver tantos setores e esferas reunidos, que precisam atuar de forma integrada para garantir uma gestão efetiva do carbono”, disse.
Para finalizar o painel, Arthur Covatti, CEO da DEEP ESG, destacou a atuação da empresa e sua expertise na integração de inventários de gases de efeito estufa. Em seguida, a engenheira ambiental e assessora da Diretoria de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Roberta Kiska Filippini, apresentou a trajetória da Sanepar na elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IGEE), que foi premiado recentemente pelo GHG Protocol e está alinhado com o Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas da companhia.